segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ofensas futuras causam sentimentos mais intensos que ações passadas, sugere estudo

Domingo, 24 Outubro 2010 13:51

As pessoas sentem-se piores a respeito de uma transgressão que virá a acontecer no futuro do que uma identica que ocorreu no passado, de acordo com uma nova pesquisa da University of Chicago Booth School of Business.
Pensar em eventos futuros tende a agitar mais as emoções do que naqueles do passado, afirmou Eugene Caruso, um professor assistente de ciências do comportamento da Chicago Booth, lider da pesquisa que apareceu recentemente no Journal of Experimental Psychology: general.
Em um dos experimentos do estudo, os participantes foram inqueridos acerca de seus sentimentos sobre uma máquina de vender refresco que aumenta automaticamente os preços em periodos mais quentes. Quando lhes foi dito que a máquina de refresco seria testada nos meses seguintes os participantes sentiram mais fortemente que o ajuste de preços seria injusto comparado com outro grupo a quem foi dito que a máquina de refresco já havia sido testada nos messes anteriores.
As pessoas também estariam mais propensas a achar que uma ofensa futura merece uma punição mais áspera, segundo resultado de outro experimento do mesmo estudo.
Que o futuro evoque respostas emocionais mais intensas também se aplicaria a boas ações. Os resultados de outro experimento mostram que uma grande doação de caridade faz as pessoas se sentirem melhor, e qualificar a doação como mais generosa quando seria feito no futuro do que quando foi feita no passado.
Por que então o futuro seria mais sugestivo do que o passado? Em geral, as pessoas respondem a situações futuras com emoções mais aumentadas como uma forma de prepará-las para a ação, segundo Caruso. Assim, embora eles realmente não tenham controle sobre algo que ainda irá acontecer - como experimentos do estudo mostram - essa resposta "aprendida" ao futuro persiste.
Além disso, as pessoas tendem a racionalizar e tirar sentido das experiências emocionais. Uma vez que os eventos tenham passado, eles se tornam ordinários e as emoções associadas a eles menos extremas.
Se um dano passado é de fato percebido como menos severo do que um futuro, então uma consequência perversa é que as injustiças passadas irão encontrar, geralmente, uma punição menos severa do que uma transgressão futura.
Assim, aqueles que procuram se comportar sem ética podem tirar proveito do conhecimento de que as pessoas tendem a perdoar transgressões passadas mais severas do que as futuras. Isso pode ser aplicado a indivíduos, empresas ou governos que decidem se engajar em comportamentos de risco ou anti-ético com a expectativa de que as conseqüências serão menos graves uma vez que suas ações foram realizadas.
Uma companhia de cigarros, por exemplo, que quer lançar um novo produto potencialmente nocivo, mas rentáveis, pode chegar à conclusão que é melhor agir e lidar com as conseqüências após o fato. Embora as conseqüências de qualquer ação antiética possa ser severa, quem irá avaliar a decisão uma vez que passou pode julgá-la com menos rigor do que aqueles que a contemplem antes que ela tenha começado.

Referência: Eugene M. Caruso. When the future feels worse than the past: A temporal inconsistency in moral judgment.. Journal of Experimental Psychology: General, 2010; DOI: 10.1037/a0020757

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