quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Preconceito

Escrever, pesquisar e estudar sobre o preconceito não é uma tarefa fácil, não só por que o tema é complexo, mas, principalmente, por que nos obriga a refletir sobre nós mesmos, sobre nossos sentimentos, pensamentos e atos cotidianos. O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência, uma vez que é baseado unicamente nas aparências e na empatia. Somente quando conseguimos reconhecer em nós mesmos a violência que criticamos no outro é que poderemos dar início ao entendimento do problema.
A sociedade contemporânea tem avançado cada vez mais na busca de direitos humanos e formas de resolver os conflitos que surgem na interação entre os indivíduos, porém o preconceito e o racismo ainda são fenômenos muito presentes nos dias atuais. Apesar de sua relevância e gravidade como problema social, o preconceito ainda é percebido como sendo um problema do outro e, portanto distante, de cada um de nós. Tal fato é verificado em diversas pesquisas em diferentes países do mundo. No Brasil, por exemplo, uma pesquisa realizada junto uma amostra representativa da população nacional revelou que 90% dos entrevistados se considera não racista, enquanto uma igual porcentagem de brasileiros acredita que existe racismo no Brasil. A cor da pele ainda é sinal de diferença para a hipócrita sociedade brasileira, e ai começam as cotas para algumas etnias, leis que condenam atos racistas, como se fossem “outros indivíduos”. Por que será que nos dias atuais o preconceito tomou proporções tão enormes? Será que as escolas não estão ensinando a seus alunos a respeitar o próximo, o idoso, o diferente?
Vamos citar um polemico grupo, os skinheads, os carecas, segundo o que a mídia nos fornece é que são jovens simpatizantes do nazismo, que se mostram intolerantes com minorias, violentando negros, judeus e homossexuais, pensam que os negros, emos, nordestinos e judeus são inferiores a eles e acabam agredindo os mesmos, sempre aparecendo em casos de brigas pancadarias e xenofobias (aversão a estrangeiros), e não sabemos ao certo o que pregam, hoje eles assumem muitas versões e ideologias, se afirmam um movimento apolítico e nacionalista. Até onde vai esse etnocentrismo?
“A luta contra o preconceito não deve ser um ato e sim um habito”, devemos buscar uma sociedade mais justa, não somente em épocas eleitorais ou em datas de reflexão, pois todos nós já sofremos algum tipo de preconceito, todos nós já vivenciamos alguma cena preconceituosa e constrangedora, o que não é raro, e na maioria das vezes, nem precisamos sair de casa para vivenciarmos, o que não é difícil também ver nas ruas crianças sendo discriminadas por outras crianças, idosos sendo discriminados por jovens, e o que mais me impressiona é saber que uma pessoa que sofre preconceito também é capaz de discriminar outra pessoa por ser diferente ou ter uma atitude diferente da dela.
Perceber o outro como um dos nossos semelhantes parece cada vez mais difícil em nossa cultura. Os traços físicos, a cor da pele, a opção sexual, a posição social e muitos outros fatores ainda são alvos de discriminação e preconceito, principalmente quando entendemos esses traços desqualificadores como pertencentes a uma minoria.
Não há como negar o retrocesso e o atraso para a cultura, resultantes de um modelo de vida tão egocêntrico como é o preconceito. O mundo precisa de homens transformadores. Cujo olhar ultrapasse a mediocridade de idéias e feitos. E isso só acontece quando se olha, e se é olhado, em todas as direções sem restrições de cor, cultura, opção sexual ou credo. Pois, o que conta são os valores humanos. Que não são visíveis.

Escrito por Jaqueline e Natália

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