quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O jeitinho brasileiro

Posted: 10 Nov 2010 01:07 PM PST
O comentário do Eliel Cezar no post “Por que eles conseguem e nós não?” ficou tão bem encaixado no assunto que resolvi postar aqui para todos que acompanham o novo-MUNDO vejam:
Desconfio de uma combinação letal de modelo de colonização com altas doses de cultura hibérica e catolicismo.
1. Modelo de Colonização: o Brasil, por possuir muitos recursos naturais, foi alvo de um modelo de colonização de extração de recursos, assim como a África. Dos colonizadores, ficou essa cultura do foda-se, se isso aqui é de todos, então não é de ninguém. Quando der, vou para um lugar melhor. Já Austrália e EUA foram colônias de povoamento. Ou seja, lá as coisas são de todos, de verdade, pois os colonizadores não pensavem em vazar.
2. Cultura Hibérica + Catolicismo: o jeitinho Brasileiro é original de Portugal. A cultura hibérica é cheia de “falhas de caráter”, e é uma das origens remotas da nossa malandragem. Some a isso o pensamento retrógrado da Igreja Católica, e temos como resultado todo um continente fodido (América Latina).
Inclusive se olharmos para a Europa, veremos que Espanha, Portugal e Grécia (alguns dos países tradicionalmente submissos à Igreja) também são os de economia mais frágil. Quanto a Itália, muitos economistas defendem que ela poderia ser uma potência Européia, não tivesse o Vaticano dentro de si, como um câncer.
Já os países como Alemanha, Inglaterra, Austrália e EUA são de tradição protestante, com uma filosofia que encoraja o progresso e o bem estar dos cidadãos.
Mera coincidência?
Sobre o jeitinho brasileiro apontado pelo Eliel como sendo traço da cultura hibérica, tem um outro comentário no mesmo post, feito pelo rafelos:
Bem, eu não virei aqui apontar motivos e tal, mas como pessoa que mora na Alemanha (aproveitamento de estudos pela universidade), posso dizer que a maior diferença que encontrei foi a ausência do jeitinho. Não se pode dizer que os alemães sejam mais inteligentes ou educados. Há de tudo aqui. O que não há é o nosso vício de querermos ter vantagem em tudo. Estou falando usando o ‘nós’ para não ficar aquela impressão de falar somente dos outros. O fato é: o mal do Brasil está no ‘jeitinho’ e isso é cultural, não se extrai fácil. Há muito tempo acho que políticos são apenas exemplos de brasileiros a quem deram a chance de pegar mais. Ser honesto em nosso país é ser visto como otário.
O terceiro comentário do mesmo post que gostaria de destacar me surpreendeu pelo fato e ideia, aulas de Civilidade, feito pelo plumbob:
Em algum dado momento, a Austrália decidiu dar aulas de civilidade, de convivência comunitária. Esse tipo de aula fica enraizada na cultura do país e por isso os australianos conseguem construir cidades fantásticas e surfar ao mesmo tempo.
O Brasil nunca teve aula de convivência civil, nem nos melhores colégios você encontra aulas do tipo. É por isso que aprendemos a não devolver o troco que o caixa entregou a mais sem querer. E essa cultura de “não ser otário” continua e se perpetua por toda a vida.
Mesmo que hoje quase todas as crianças estejam no colégio, elas continuam apredendo essa cultura, vendo os colegas, os professores e os próprios pais agindo da maneira “que se dane o outro, o meu primeiro”.
Isso explica os assaltos terem aumentado apesar de o povo ter muito mais poder de compra do que antigamente. O poder de compra não substitui a cultura da violência.
Há duas coisas a serem feitas:
1. Forçar o governo a incluir aulas convivência comunitária.
2. Parar de ensinar seu filho a ser um bostinha.:
Aulas diferentes como Civilidade, Ética e Educação Financeira, para crianças a partir da quinta série, realmente fariam uma enorme diferença num futuro bem próximo. Se tantos países conseguiram mudar tanto em uma geração, como a Coréia do Sul, será que o Brasil também não é capaz?

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