domingo, 29 de agosto de 2010

O trabalho dos psicólogos com as crianças autistas

Fundamentação Teorica para o trabalho sobre a Atuação dos Psicologos com crianças especiais.






Destacam-se a importância do psicólogo no tratamento e a eficácia dos recursos psicoterápicos para a melhora de qualidade de vida da criança com a síndrome.


Segundo Bereohff (apud Gauderer,1997), a complexidade do quadro de autismo e as dificuldades encontradas para se desenvolver uma estrutura em sua abordagem enfatizam cada vez mais a necessidade da multidisciplinaridade dos profissionais envolvidos nesse processo.


O psicólogo, com sua formação específica e bem definida, deve estar inserido nesse contexto, sendo também um conhecedor do desenvolvimento humano normal para ter condições de detectar as áreas defasadas e comprometidas. Ele precisa estar muito sensível às observações e relatos da família. O que é sempre orientado as famílias para que evitem todos os profissionais desinformados e desatualizados a fim que possa prejudicar o tratamento.


É fundamental que o psicólogo esteja atualizado com os trabalhos e pesquisas recentes relativos à sua especificidade para orientar a família. A sua sensibilidade diante da criança e do nível de comprometimento desta é importante para que ele saiba adequar propostas terapêuticas que realmente a beneficiem.


É importante ressaltar que a profissão do psicólogo apresenta muitos desafios profissionais e pessoais frente aos portadores de deficiência e suas famílias. Nadja Costa (apud Gauderer, 1997), observou, em sua revisão bibliográfica, que o psicólogo pode desenvolver emoções e sentimentos face às doenças crônicas ou doenças fatais e que esses sentimentos influenciam no diagnóstico.


Em sua atuação, diz Bereohff (apud Gauderer, 1997), o psicólogo pode influir em vários níveis e desenvolver vários papéis, tais como: investigador e pesquisador, em uma equipe diagnóstica e de avaliação; psicoterapeuta, em uma abordagem individual; psicoterapeuta, em uma abordagem institucional; consultor institucional e orientador familiar.


De acordo com Windholz (apud Schwartzman, 1995), nos últimos 30 anos, vários tratamentos foram baseados em orientações teóricas diversas e de níveis de abrangência diferentes (terapias individual, psicanalítica, orientação cognitiva e outras). Esses tratamentos foram aplicados na tentativa de ajudar a pessoa com autismo a adquirir um repertório mais funcional, diminuindo, assim, os vários distúrbios de conduta. Para Windholz, atualmente, a terapia comportamental é considerada a mais bem desenvolvida, confiável e eficaz no atendimento da pessoa com autismo. Ornitz (apud Gauderer, 1997) diz que a melhor intervenção é uma abordagem flexível, adaptável às mudanças que ocorrem no nível de desenvolvimento.


De acordo com Gauderer (1997), os pais que têm filhos com problemas sofrem. Isso é inevitável e sem exceção, e sofrem tanto mais quanto maior for a problemática do filho, a dificuldade de tratamento, a cronicidade do processo e também quanto maior for seu nível de sensibilidade. O psicólogo ajuda os pais a compreenderem, discutirem, entenderem, além de trazer à tona sentimentos universalmente presentes em todos aqueles que têm filhos com problemas, ou seja, negação, culpa, frustração, impotência, ressentimento, raiva, rejeição, além de fantasias diversas.


Existem diversas intervenções e métodos a serem utilizados que não deve ser contextualiza para um tipo de criança, mais para cada criança seu método que se encaixe a ela. Gauderer (1997), comentando sobre a diferença entre psicoterapia, psicanálise e orientação, salienta que todas as técnicas visam a ajudar o indivíduo. Todas têm suas vantagens e limitações. É importante que o psicólogo, em sua atuação, desenvolva uma terapia diferenciada para atender necessidades específicas, pois cada pessoa, apesar de semelhante, é única.


O método TEACCH, que em inglês significa tratamento e educação para criança autista ou com problemas relacionados à comunicação, foi desenvolvido em 1996. Através desse método, o psicólogo preocupa-se em envolver os pais como co-terapeutas e colocá-los como grandes agentes no desenvolvimento dos filhos, realizando um trabalho individual para cada criança, nos níveis de diagnóstico, atividades domiciliares e educação especial em escolas e grupos. O psicólogo solicita dos pais colaboração referente à troca de apoio emocional terapeuta/pais, e também atuação mútua na defesa dos direitos sociais das crianças autistas, entre eles a criação de serviços de qualidade a preços acessíveis (Gauderer, 1997).


O TEACCH utiliza uma avaliação chamada PEP-R (perfil psicoeducacional revisado) para analisar a criança levando em conta os seus pontos fortes e suas maiores dificuldades tornando possível um programa individualizado. A PEP-R é um instrumento construído para avaliar quatro áreas de comportamento (relacionamento, afeto, brincar, interesse por materiais, respostas sensórias e linguagem) e sete áreas do desenvolvimento (irritação, percepção, coordenação motora fina e ampla, coordenação viso-motora, performance cognitiva, cognitiva verbal) com crianças e adolescentes com autismo e ou outros transtornos de comunicação.


A TEACCH é o tipo mais usual de intervenção com crianças austistas e cientificamente comprovado o mais eficiente. Porém como cada caso é um caso, apesar de semelhante existe também métodos como ABA(análise aplicada do comportamente), PECS(sistema de comunicação através da troca de figuras), FC (comunicação facilitada), o Programa Son-Rise entre outros diversos.


A Criança Autista em Escola Regular


Ellis (1996), em seu trabalho sobre autismo, aborda a questão da criança autista e o período em que a mesma se encontra em idade escolar. Destaca que é improvável que haja um atendimento especializado disponível em cada jurisdição escolar para atender as necessidades das crianças autistas e que nem sempre o atendimento especializado é a opção preferida; crianças que são levemente autistas ou que são intelectualmente capazes podem ter mais a ganhar em um estabelecimento integrado, desde que suas necessidades especiais sejam reconhecidas e acomodadas. Mesmo as crianças menos capazes podem beneficiar-se, ficando junto de crianças sociáveis, com outras dificuldades de aprendizado, desde que, uma vez mais, métodos bem elaborados e explícitos de ensino as habilitem a obter benefícios.


Infelizmente, muitas crianças autistas com severas dificuldades de aprendizado estão em estabelecimentos em que suas necessidades não são reconhecidas e onde elas causam consideráveis problemas de manejo ao professor e à sala. Nestes casos, a melhor solução é o encaminhamento para um atendimento especializado (Ellis, 1996).


O que não é fácil de encontrar aqui em Florianópolis, poucos são as escolas que dão esse apoio a criança autista, e quando existe são particulares, não acessíveis a todos os pais, o que encontramos aqui também são psicopedagogas que dão esse atendimento em consultórios particulares.


Referências


GAUDERER, C. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento – Guia Prático Para Pais e Profissionais. 2ª ed. revista e ampliada. Revinter, 1997.


SCHWARTZMAN, J. S.; ASSUMPÇÃO, F.B.J.; e colaboradores. Autismo Infantil. São Paulo: Memon, 1995.


MELLO, Ana Maria S Ros de, Autismo: guia prático. 5 ed. São Paulo: AMA; Brasília: CORDE, 2007. 104 p.: Il.




http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932004000200004&lng=pt&nrm=


http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/10663/000435638.pdf?sequence=1

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