sábado, 19 de junho de 2010

Autismo - Teste Clínico e Medicamentos.

Pesquisadores desenvolvem teste clínico para o diagnóstico do autismo

De acordo com o jornal britânico Daily Telegraph, cientistas do Imperial College London descobriram um método clínico eficaz para o diagnóstico do autismo. Conforme explica a reportagem, com o novo método a síndrome pode ser identificada já após os 6 meses de vida da criança, o que permite um tratamento precoce e, por consequência, maiores chances de serem evitados danos sociais e cognitivos permanentes.

O diagnóstico, antes apenas observacional, agora pode ser feito através de um simples exame de urina. Crianças portadoras do transtorno de espectro autista possuem uma bactéria incomum no instestino, explica Jeremy Nicholson, autor do estudo, e ela pode ser identificada antes que os sintomas da síndrome se manifestem.

O pesquisador ainda vai mais longe: afirma que, deste modo, o autismo pode se tornar um trasntorno evitável.

Conforme explica o jornal, as causas do autismo continuam sendo um mistério, mas com o diagnóstico precoce, aumentam e muito as possibilidades de uma intervenção eficaz.

O teste é bem barato, custa o equivalente a pouco mais de 13 reais (6 euros), e pode ser realizado por qualquer pessoa.

Participaram da pesquisa crianças entre 3 e 9 anos de idade. Dentre estas, 39 possuiam o diagnóstico de autismo; 28 não possuiam este diagnóstico, mas tinham um irmão ou irmã diagnosticados; e 34, além de não possuírem o diagnóstico, não possuiam também nenhum parente de primeiro grau portador da síndrome.

Os resultados demonstraram que cada um destes grupos possui características intestinais químicas diferentes. Crianças não autistas com traços autistas tinham uma característica quimica diferente daquelas sem nenhum traço de autista, e crianças autistas tinham uma característica química diferente dos outros 2 grupos.

A porta voz da National Autistic Society diz que estes estudos são interessantes, mas que devem ser aplicados em uma escala muito maior para que se possa dizer que esta é uma característica de todos os portadores da síndrome; prentensão esta, que os pesquisadores já alegam ter.

Pesquisadores testam medicamentos para combater sintomas de autismo

NEW CIENTIST

Pesquisadores estão desenvolvendo novas drogas para melhorar as dificuldades sociais de autistas e de outras pessoas com dificuldades de aprendizado.

As únicas drogas prescritas no momento para autistas agem na redução da agressão e ansiedade, mas não atacam as causas do problema. As novas drogas, no entanto, poderiam atacar o cerne do problema.

"As pessoas podem aprender mais, a falar melhor, a interagir com outras pessoas e ser mais comunicativas", diz Randall Carpenter da empresa Seaside Therapeutics em Cambridge, Massachusetts (EUA), que está testando uma droga dessa nova classe.

O entusiasmo é compartilhado por Geraldine Dawson, cientista-chefe da instituição beneficente Autism Speaks e psiquiatra na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hills (EUA). "Pela primeira vez, estamos vendo medicamentos que poderiam lidar com sintomas essenciais do autismo."

O teste da Seaside Therapeutics é destinado a pessoas afetadas pela síndrome do X frágil, doença genética associada com o autismo. Pessoas com a síndrome possuem uma mutação em um gene envolvido no fortalecimento de conexões cerebrais ligadas a experiências salientes. Conexões mais fortes permitem que se consiga distinguir eventos relevantes de eventos irrelevantes (ou seja, permite o aprendizado). Mas a mutação no gene dificulta esse processo.

Uma equipe de pesquisadores da Seaside Therapeutics, liderado por Carpenter, está testando uma droga chamada arbaclofen que parece ser capaz de reverter os efeitos dessa mutação.

Carpenter apresentou os resultados em um encontro de pesquisadores da área na Filadélfia no dia 23 de maio.

Os resultados do trabalho sugerem que a nova droga pode melhorar habilidades sociais de pessoas com a síndrome do X frágil e autismo, incluindo melhora na comunicação e sociabilidade em geral e menos episódios de acesso de raiva.

Outra substância que pode ajudar no tratamento é o hormônio ocitocina. Já se sabe que a substância parece conectar sensações de prazer ao contato social. Por causa disso, diversos grupos de pesquisa estão usando a ocitocina em testes para reduzir os sintomas do autismo.

No encontro da Filadélfia, uma equipe liderada por Evdokia Anagnostou, neurologista infantil do Instituto de Pesquisa Bloorview em Toronto, Canadá, apresentou um trabalho mostrando que a administração de duas doses diárias de ocitocina por seis dias aumenta a capacidade de reconhecer emoções e o funcionamento social de outras pessoas.

Segundo a psicóloga Uta Frith, do University College London, na Inglaterra, esse tipo de abordagem química no tratamento de autismo é algo ainda muito novo. Para Frith, seria muito bom que drogas pudessem atacar as causas da doença, mas enquanto elas não vêm, intervenções comportamentais ainda são uma das melhores alternativas


http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/743866-pesquisadores-testam-medicamentos-para-combater-sintomas-de-autismo.shtml

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